[News 360 #39] O Castelo do Cisne e o Rei Louco
A história do Castelo de Neuschwanstein, na Alemanha, e do rei que sonhava com contos de fada
Era uma vez um rei excêntrico. Ele mandou construir um castelo no alto da colina mais distante, para que ele pudesse passar seus dias somente ao redor de coisas belas. Infelizmente, antes de ver sua mais importante obra completa, o rei foi acusado de loucura e morreu afogado, juntamente com aquele que declarou sua insanidade.
Esse conto de fadas trágico é uma história real, assim como o castelo planejado pelo Rei Ludwig II da Bavária. A construção pode ser visitada até hoje, mas saiba que a média de visitantes, 1.4 milhão por ano, teria deixado o tal governante ainda mais enlouquecido.
Afinal, ele planejou o Castelo de Neuschwanstein como seu refúgio perfeito, bem longe do resto das pessoas.
O Castelo do Grande Condado do Cisne
A história começou quando o pai de Ludwig, Maximiliano II, então um príncipe com 18 anos de idade, fazia caminhada pela região dos Alpes, na Bavária.
Ali, ele se deparou com as ruínas do castelo Schwanstein. Ele se apaixonou pelo cenário entre as montanhas, comprou o terreno e dedicou 5 anos, entre 1833 e 1837, para construir um castelo romântico.
O nome Hohenschwangau significa “Castelo do Grande Condado do Cisne” e as obras ficaram ao encargo do professor de artes e de teatro do príncipe.
O prédio amarelo com torres, como os dos contos medievais da era romântica, fica entre as colinas, à beira de um lago, e tem salões detalhadamente decorados. Ao todo são 90 painéis, retratando histórias alemãs e medievais.
Quando Maximiliano foi coroado, a família real fez do castelo sua residência oficial de verão, onde caçavam, pescavam e realizavam bailes. E foi ali que os filhos do rei, Ludwig e Oto, cresceram.
A História do Rei Cisne
Ludwig II foi coroado rei da Bavária aos 18 anos, após a morte do pai. Ele tinha uma péssima relação familiar, especialmente com a mãe.
Na adolescência, ele gostava de fazer longos passeios com os amigos, citando poemas e encenando óperas do compositor Richard Wagner. Inclusive, um de seus primeiros atos como rei foi convocar Wagner para sua corte. Ele também focava em patrocinar e assistir peças de teatro em Munique.
A homossexualidade do rei Ludwig é sugerida pelos seus diários que sobreviveram à Segunda Guerra Mundial. Ele também se recusou a casar, apesar da pressão para que tivesse um herdeiro. Além de histórias de fantasia romântica e amizades íntimas com rapazes, a terceira obsessão do rei era um castelo.
Durante a infância, olhando pela janela do castelo de seu pai, ele sonhava com um refúgio para chamar de seu. O impulso para construir seu palácio de conto de fadas, porém, veio de um fato político.
Em 1866, a Bavária, que era aliada da Áustria, perdeu a guerra contra a Prússia. Com isso, o pequeno principado foi obrigado a assinar um tratado de defesa a favor das forças prussianas, limitando bastante o poder do rei. Em 1867, ele decidiu fazer seu próprio reino de fantasia, bem longe da corte e de sua mãe.
Em 1868, as construções de Neuschwanstein, nome em homenagem ao cavaleiro do Cisne, outra obra de Wagner, começaram. Tinha como arquiteto um designer de palcos de teatro, tal como o castelo do pai.
A obra era acompanhada passo a passo por Ludwig, que planejava cuidadosamente a decoração. Entre os detalhes, uma gruta falsa, com direito a estalactites e iluminação especial, e várias salas com pinturas e tapeçaria dedicadas ao Rei Cisne, um cavaleiro puro da mitologia medieval abordada por Wagner, entre outras características românticas.
A misteriosa morte de Ludwig
Em 1886, Ludwig pôde se mudar para o castelo, cujas obras ainda estavam incompletas, mas próximas do fim. Nessa época, ele já vivia recluso.
Ele só morou lá por 172 dias.
Para construir sua obra dos sonhos – assim como outros castelos da Bavária – o Rei gastou muito mais do que tinha nos seus cofres privados e estava endividado, o que irritou seus ministros de governo, incluindo seu tio.
Ele foi declarado louco e incapacitado para exercer seu cargo como governante, tudo isso pouco antes da conclusão do palácio. Foi retirado do castelo e colocado sob os cuidados do psiquiatra que declarou sua insanidade. Estranhamente, os dois foram encontrados mortos três dias depois, afogados na beira de um lago.
Quando Ludwig morreu, toda a parte externa de Neuschwanstein já tinha sido terminada, mas na parte interna ainda faltavam vários salões, além, claro, de alguns detalhes grandiosos do projeto do Rei. Apenas seis semanas depois da morte dele, o castelo foi aberto à visitação publica, contrariando o desejo de Ludwig para que aquele fosse um retiro sagrado longe do povo.
Desde então, o Castelo Neuschwanstein é uma das principais atrações turísticas da Alemanha. Foi ele que inspirou Walt Disney na construção do Castelo da Bela Adormecida e da Cinderela nos parques da Flórida e Califórnia, unindo a fantasia e a realidade que Ludwig tanto desejava.
Visita ao Castelo de Neuschwanstein
O Castelo de Neuschwanstein fica a cerca de duas horas de trem, partindo de Munique. Para chegar lá, é preciso ir até uma cidadezinha charmosa chamada Fussen.
A visita pode ser combinada ou não com o Castelo de Hohenschwangau. Ambas precisam ser compradas com antecedência e hora marcada.
O cenário nos arredores é de tirar o fôlego, figurativa e literalmente, pois é preciso subir uma parte da montanha para chegar em Neuschwanstein. Outra alternativa é pegar uma das charretes com cavalos ou o ônibus especial.
Não é permitido filmar ou fotografar o interior de nenhum dos dois palácios, mas posso dizer que o interior e os detalhes dos salões românticos em ambos castelos são bastante bonitos.
Ah, a melhor vista de Neuschwanstein, como era de se esperar, foi projetada por Ludwig II, que mandou construir a ponte Marienbrücke, sobre um desfiladeiro com vista panorâmica para o castelo e o vale.
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