CGV#11: Entre abismos e montanhas na Geórgia e a vida na Irlanda do Norte
Oi, tudo bem?
O ano vai chegando ao fim. Depois da agonia de eleições tensas, entraremos em novembro com uma Copa do Mundo fora de época e o país se preparando para o Natal.
Dois anos de pandemia e de sofrimentos nos ensinaram a valorizar - e muito - toda oportunidade de reencontro. E elas não faltarão: novembro e dezembro trarão botecos, churrascos, almoços, festas e união.
Eu sigo em Belo Horizonte, ansioso para viver tudo isso e feliz de poder aproveitar alguns dias de descanso no próximo final de semana, quando irei ao Rio de Janeiro.
Mas vamos falar desta edição da Grandes Viajantes, que tem duas histórias de viagem. Na reportagem especial do mês, a Luíza nos leva até a Irlanda do Norte e mergulha no conflito entre católicos e protestantes. Uma guerra que hoje parece adormecida, mas que tantas marcas e problemas deixou.
Já a crônica de outubro é uma história de aventura. A Natália percorreu de carro algumas das estradas mais perigosas do mundo, numa região montanhosa da Geórgia. Entre abismos e montanhas, ela nos leva para vilas desse país da Europa Oriental.
Espero que você goste da edição deste mês.
Um abraço e muito obrigado pela companhia de sempre!
The Troubles: Como a Belfast moderna lida com seu passado sangrento
“Várias vezes em Belfast eu me perguntava se estava na Irlanda ou no Reino Unido.”
O motorista do ônibus avisou, com um sotaque carregadíssimo, que não poderia nos deixar na parada indicada pelo Google, por conta de um evento. Com isso, fizemos uma viagem de quase 20 minutos do centro de Belfast até os subúrbios da cidade e descemos num ponto aleatório no bairro de Shankill.
Ao chegar na rua principal, nos deparamos com as calçadas cheias de lixo acumulado de fim de festa. Grupos de pessoas, claramente bêbadas, algumas uniformizadas, se agrupavam em frente aos pubs.
O clima porém, combinava com a leve chuva que caia: estranho, meio desagradável. Eu sentia como se estivesse no lugar errado, na hora errada.
Seguimos pela rua. Várias casas com bandeiras do Reino Unido. Um mural pintado numa parede comemorava um grupo de soldados que foram para a Segunda Guerra. O mural no quarteirão seguinte era mais sinistro. Homens mascarados, carregando fuzis, uma grande mão vermelha e dizeres: “Voltaremos se Necessário. U.V.F.”