#CGV14: Os Estádios-Fantasma de Futebol e os piores Hostels do mundo
Toda cidade tem seus fantasmas. Espectros de prédios demolidos, praças que a especulação imobiliária engoliu, famílias que se acabaram e vidas que viraram memória.
Olá, viajantes!
Não sei vocês, mas matemática não é meu dom.
Então, quando vi que o preço das passagens para o Brasil no final do ano estavam os mais caros que já paguei em 7 anos morando na Europa, entrei no modo “preciso economizar a qualquer custo”. Não recomendo. Você fará grandessíssimas economias porcas.
Como em 2013. Quando eu, o Rafa e a Naty nos recusamos a pagar um trem 20 euros mais caro e, ao invés disso, preferimos um trajeto com três trocas de trem no meio da madrugada. Estaríamos até hoje perdidos e bêbados em algum lugar da fronteira da Alemanha com a Holanda se não fosse um anjo que nos acordou e gritou: “vocês precisam descer agora.”
Na versão mais recente desse mesmo nível de burrice, eu comprei um voo para ir pro Brasil que envolvia ir da Inglaterra para Lisboa, depois para Porto, depois para Luanda, depois para São Paulo, depois para Belo Horizonte. Só que todo esse trajeto até Portugal (mais as hospedagens e a alimentação), envolveu gastos extras além da cara passagem para o Brasil com escala em Angola. Se fossem somados, dariam o preço do voo mais caro e confortável que eu não quis comprar.
Escrevi tudo isso para deixar para vocês essas sábias lições de viagens:
• O barato pode sair caro se você esquecer de somar todos os custos envolvidos.
• Evitem voar com a TAAG, especialmente na véspera do Natal.
No mais, espero que o 2023 tenha começado bem. Já estou de volta à fria Inglaterra e planejando novas viagens para este ano.
Nesta edição da Grandes Viajantes, vocês vão ler sobre estádios de futebol que não existem mais e um pouco da história de Belo Horizonte. E também uma divertida crônica sobre perrengues em acomodações duvidosas na Armênia, perto da fronteira com a Rússia.
Até a próxima!
Os Estádios-Fantasma do futebol mineiro
A porção de fígado com jiló foi colocada num balcão onde se acotovelavam dezenas de pessoas. Estávamos no Mercado Central de Belo Horizonte, inaugurado em 1929 e que já foi apontado como um dos melhores mercados públicos do planeta.
A comida, pouco aceita por outros paladares, não impressionou nosso grupo, formado por frequentadores do Mercado. A informação seguinte, porém, surpreendeu a todos: o bar em que estávamos, na saída da rua Curitiba, já foi um gol. E gol de estádio, com direito a arquibancada para milhares de torcedores, juiz na marca da cal e disputa de títulos importantes.
No lado de fora do Mercado Central, na Avenida Augusto de Lima, uma placa até tenta preservar essas memórias, mas quase ninguém nota o aviso: estávamos no antigo Estádio do América, a primeira casa do futebol mineiro.