[News 360 - 45] As trilhas do fim da Segunda Guerra no Lago di Como
As trilhas do projeto "End of the War", que hoje os turistas percorrem em busca de belas paisagens do Lago di Como foram um rotas de fuga e esconderijos dos guerrilheiros.
Eu só estava procurando um lugar para comer.
Era meu aniversário e andávamos pelas ruelas de Menaggio para decidir um restaurante. Foi nessa caminhada que notei uma placa que dizia “A Morte de Mussolini”. Como a fome bateu mais alto do que a curiosidade, combinamos de voltar mais tarde para entender melhor do que se tratava.
Menaggio é uma pequena vila à beira do Lago di Como, no Norte da Itália. O Lago é famoso por suas paisagens espetaculares, onde milhares de pessoas vão passar as férias e famosos compram mansões na beira das águas tranquilas.
Fica perto de Milão e ao pé dos Alpes e da fronteira. Casarões históricos, as chamadas villas, são verdadeiros palácios que no passado eram casa de veraneio de famílias nobres e hoje, várias são hotéis e museus.
Partindo de Menaggio de ônibus, você chega em menos de uma hora até a fronteira com a Suíça. O trajeto segue o curso entre lagos e montanhas. Uma paisagem incrível para turismo e bastante estratégica para grupos revolucionários lutando contra o poder vigente durante a Segunda Guerra Mundial. E igualmente estratégica também para líderes facistas planejando sua fuga do país quando começaram a perder a guerra.
O tal placa que eu mencionei no início do texto é parte de um projeto de trilhas históricas ao redor do lago, chamado, End of the War ou Fine della Guerra, que contam histórias dos partisans que lutaram em resistência ao fascismo na Itália. E também, da fuga de Mussolini, o líder fascista, que acabou morrendo ali mesmo, na beira do Lago.
A história do fim da guerra na Itália
A resistência italiana começou a ganhar força em 1943, após a queda de Mussolini e a subsequente ocupação alemã do norte da Itália - inclusive, várias das villas no Lago di Como foram tomadas por líderes nazistas.
Os partisans, como eram chamados os revolucionários antifascistas italianos, organizavam emboscadas, sabotagens e ataques diretos, desafiando continuamente o poder dos ocupantes.
Em meio ao terreno acidentado e as densas florestas das montanhas ao redor do lago, os partisans encontravam refúgio e também ajudavam na evacuação de refugiados, judeus e prisioneiros de guerra Aliados. Essas operações exigiam uma vasta rede de apoio da população local, que fornecia alimentos, abrigo e informações.
Em 1945, com o colapso do regime fascista, Mussolini decidiu que sua única saída seria a fuga. Vestido como um soldado alemão, ele e Claretta Petacci, sua amante, juntaram-se a um comboio de soldados alemães que também tentavam escapar da Itália. Eles partiram de Milão, passando por Menaggio e seguiram em direção a Dongo, um pouco mais ao norte do lago. O plano era alcançar a fronteira com a Suíça, onde esperavam encontrar segurança.
O plano de Mussolini começou a desmoronar quando seu comboio foi interceptado pelos partisans na manhã do dia 27 de abril de 1945. Quando eles começaram a revistar os veículos acabaram reconhecendo Mussolini, apesar de seu disfarce.
A notícia da captura espalhou-se rapidamente, e os líderes da resistência decidiram que Mussolini deveria ser executado imediatamente para evitar qualquer possibilidade de resgate ou retorno ao poder. Na manhã seguinte, 28 de abril, Mussolini e Petacci foram levados a um portão da villa Belmonte, na região de Tremezzo, e fuzilados.
Seus corpos foram levados para Milão e expostos publicamente na Piazzale Loreto, um gesto simbólico que marcou o fim do fascismo na Itália.
As trilhas e placas do projeto "End of the War", que hoje os turistas percorrem em busca de belas paisagens, foram rotas de fuga e esconderijos dos guerrilheiros. Os principais pontos dessa história passam por diferentes cidades na região do Lago di Como, incluíndo Menaggio, Cavargna, Lenno, Porlezza, entre outras.
O Museu do Fim da Guerra, localizado no Palazzo Manzi, em Dongo, completa toda a história.
Sobre Luíza Antunes
Sou jornalista e escritora de viagens, com mais de 800 artigos e reportagens publicados sobre o tema. Estudei sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal. Atualmente moro na Inglaterra e também trabalho com SEO e Marketing Digital para pequenas empresas da indústria do turismo. Já tive casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitei mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza e @360meridianos no Instagram.
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