[News 360 - #42] A Aldeia da Maria Antonieta
De que serve ser rainha se você não puder mandar construir uma vila francesa particular?
“Olha tia Lulu, as galinhas! os coelhinhos!”, minha sobrinha saltitava animada ao se deparar com os animais da fazendinha. Porcos, carneiros e bodes completavam a lista de bichinhos que encantavam a menininha de 2 anos - e que eu certamente não esperava encontrar nos domínios do Palácio de Versalhes.
Em 1774, com a ascensão do Rei Luis XVI ao trono, a rainha Maria Antonieta recebeu do marido de presente a área conhecida como Petit Trianon, como parte dos seus domínios pessoais em Versalhes.
Ali, ela mandou fazer jardins e podia viver em seu pequeno palácio fora da corte. No local, ela fazia recepções grandiosas para príncipes, princesas e chefes de estado, sempre buscando surpreender os convidados.
Em 1783, a rainha que amava brioches decidiu expandir seu território e solicitou que os jardins fossem estendidos e uma vila francesa de mentirinha fosse construída.
Durante 3 anos, Richard Mique projetou e construiu uma aldeia modelo, com direito a lago artificial, várias casinhas rurais e até uma fazendinha.
A Vila da Rainha em Versailles
A Vila da Rainha (Hameau de La Reine) era dividida em 3 espaços.
Na chegada, após passar por uma ponte de pedra, conta com as áreas de recepção, que incluem um moinho d’água (puramente decorativo), uma casinha que servia de quarto de vestir, a grande casa da rainha, além de uma casa de jogos de bilhar e uma casa que servia de cozinha. Apesar do exterior rústico, os interiores eram decorados com todo o luxo que Maria Antonietta exigia para fazer pequenas festas para seus convidados.
A segunda área tinha funções mais práticas: um celeiro, uma leiteria, um chalé para pescador e a casa do guarda. Além disso, uma charmosa torre nomeada, Marlborough Tower, com referência a uma música popular na época.
Por fim, mais no fundo do terreno, uma fazenda funcional, com estábulos, galinheiro e curral e chiqueiro.
Reza a lenda que Maria Antonieta e suas damas de companhia brincavam de fazendinha bucólica, amarrando fitas coloridas nas ovelhas. Porém, segundo o site oficial de Versalhes, a lenda é falsa.
De acordo com a fonte oficial, a vila da rainha era usada para caminhadas, pequenas festas e, a área da fazenda, tinha uma função semelhante à que encontramos para minha sobrinha: entreter e educar as crianças da família real.
Revolução e Declínio
Em 1789, com a Revolução Francesa, Maria Antonieta e o resto da família real perderam suas cabeças e a aldeia, construída como cenários de teatro e sem muita preocupação com longevidade, foi bastante destruída pelo mal tempo.
Entre 1810 e 1812, com Napoleão já no poder, foi ordenada uma restauração completa da área, porém, algumas estruturas não tiveram salvação, como o celeiro e a leitaria.
Em 1930 e nos anos de 1990, novas iniciativas de restauração foram feitas, com a reconstrução das casas, incluindo o moinho, à configuração original.
A fazenda, que desapareceu completamente no século 19, acabou sendo completamente reconstruída em 2006, e hoje é comandada por uma fundação de direitos dos animais e serve de fazenda-escola para crianças.
A minha sobrinha, com seu espírito de pequena rainha, gostou tanto que disse que queria morar ali.
Serviço
Infelizmente, não dá para visitar nenhum dos prédios por dentro durante a visita comum, apesar de uma reforma recente permitir a entrada na casa da rainha em visitas guiadas (apenas em francês - €10).
A entrada ao Queen’s Hamlet está incluída pra quem compra o Passaporte de Versalhes (€32) ou quem adquire o ingresso apenas para o Estado do Trianon (€12).
Fica a uns 10 minutos de caminhada do Petit Trianon e próximo à entrada Porte Saint-Antoine.
Sobre Luíza Antunes
Sou jornalista e escritora de viagens, com mais de 800 artigos e reportagens publicados sobre o tema. Estudei sobre Turismo Sustentável num Mestrado em Inovação Social em Portugal. Atualmente moro na Inglaterra e também trabalho com SEO e Marketing Digital para pequenas empresas da indústria do turismo. Já tive casa nos Estados Unidos, Índia, Portugal e Alemanha, e já visitei mais de 50 países pelo mundo afora. Siga minhas viagens em @afluiza e @360meridianos no Instagram.
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